Práticas peculiares da indústria de private equity brasileira tornam desafiadora a captação de recursos concomitantemente com investidores locais e estrangeiros. Algumas assets, entretanto, têm apostado em FIPs com esse propósito, num sinal de amadurecimento da indústria. Uma das “jabuticabas” que causa desentendimento entre investidores nacionais e estrangeiros é o comitê de investimento. Alguns cotistas — em especial as fundações — exigem a criação órgão nos fundos, para que possam participar dele e assim monitorar e fiscalizar as atividades do gestor. Os estrangeiros, entretanto, não veem essa prática com bons olhos, pela responsabilidade que ela traz ao cotista. Outro costume local que incomoda os estrangeiros é o fato de a maior parte da remuneração do gestor brasileiro ser proveniente da taxa de administração, e não da performance, o que pode gerar incentivos inadequados. Como as gestoras que captam recursos simultaneamente com estrangeiros e brasileiros têm conciliado essas diferenças? Qual a disposição das fundações em abrir mão do comitê de investimento, principalmente após as descobertas da Operação Greenfield? O quanto as nossas “jabuticabas” ainda limitam o avanço do private equity no Brasil?
Participantes:
Álvaro Gonçalves, CEO da Stratus
Francisco Sanchez Neto, vice-presidente da ABVCAP
Luciana Costa Engelberg, sócia do Machado Meyer Advogados
Leonardo Ribeiro, CEO e Founder da Private Equity Bay
Marco André Almeida, sócio da KPMG